quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2

Oi.
Pois é. O Tão falado "Tropa de Elite 2". Filme legal, movimentado... Como diversão, é ótimo. Como crítica social, é ótimo. Como veículo para o Rodrigo Pimentel (o verdadeiro Capitão Nascimento, o cara que é co-autor do livro "A Elite da Tropa", relançado como "Tropa de Elite" por ocasião do lançamento o filme e que originou tudo isto) falar mal do governo do Rio, ótimo também. Tem tudo para agradar aos fãs da franquia. Só que o roteiro e a continuidade tem umas circunstâncias que são no mínimo, interessantes. E eu listo algumas aqui:
O filme começa com uma rebelião e na rebelião, um Capitão do BOPE (acho que vocês se lembrarão dele...) comandante de um Grupo de Combate (na linguagem do filme, Patrulha; patrulha pra mim é a missão, não a formação, mas deixemos isto pra lá...), descumpre ordens e o desdobramento deste descumprimento de ordens é tão somente o afastamento da unidade. É ruim, hein?!?!?! Isto só acontece em filme. Na vida real o cara seria afastado (do expediente) e iria a conselho de disciplina. E sabe-se lá o que aconteceria depois...
Um cara no filme é candidato a deputado. A seqüência de números para votação dos cartazes dele é de 4 dígitos. Só que ele concorre a uma vaga na câmara estadual, no caso a ALERJ. Poderia ser que fosse uma licenciosidade do filme, mas na próxima eleição, o deputado rival, concorrendo à reeleição, aparece com os 5 dígitos, próprios da candidatura à legenda de deputado estadual.
Os bandidos e os mocinhos são ingênuos demais. Os bandidos, realizam um roubo e armam para o BOPE; até aí, tudo bem: qual não é o filme de ação que não tem uma armadilha? Só que os bandidos nem pensaram em despistar. Nada do roubo foi achado; se era uma armadilha, faltou justamente deixar a isca dentro da arapuca. E o "caveira" que participa da ação, que presume-se, seja um policial experiente, deixa transparecer, sozinho, pra quem armou o lance, que sabe que é armação. Toma! Ingenuidade total...
Tem, é claro, uns lances que são somente bem sacados: o Rodrigo Pimentel realmente foi trabalhar na Secretaria de Segurança, então, deve ser crível a interpretação que ele faz do sistema. Ele, aliás, tem uma, digamos, inimizade como Garotinho. Li uma vez uma entrevista, há muitos anos, por isto não posso dar a referência, em que o Rodrigo Pimentel tece comentários nada amigáveis ao ex-governador. Então, não deve ser mero acaso o governador do filme, mancomunado com a corrupção (sem, contudo, ser corrupto) e um tanto quanto prepotente, ter seu nome começado com a letra "G" e, de longe, lembrar fisicamente o arquétipo do ex-governador.
Os políticos da corja do governador usam o número 35, que não pertence a nenhuma legenda partidária atual (existem 27 partidos cadastrados no site do TSE, nenhum com a legenda 35). Contudo, vejam o broche de lapela que eles usam: possui as cores vermelha e azul e tem algo branco contornado no centro. Eu juro para vocês que, à distância que eu estava, dava para ver os contornos de um símbolo parecidíssimo com a mão segurando uma rosa (a rosa, símbolo do socialismo). Será um ataque velado ao PDT, ou eu vi o que não existia?
A história da repórter, à medida que ocorre, lembra-nos, também de longe, a história do Tim Lopes, misturado com a história da "mulher do Flamengo", como me disse uma amiga. Credo...
Teve outra amiga que chorou por causa de uma morte no filme. Quer saber quem é? Assista! Ah, sim, na cena do funeral do cara, aparece o Cabo Paulo, o cara que no primeiro filme discutiu com o Sargento por causa das férias; aparição curta, só para ajudar a por a bandeira sobre o caixão. E na cena já famosa em que o personagem do Wagner Moura desce a mão no deputado federal, é comum o público aplaudir a ação. Eu, aliás, considero também uma falha de roteiro. Quem deveria apanhar é o deputado estadual que era mancomunado com o federal (dá-lhe baixaria), vocês saberão quem...
Aliás, por mim, não haveria filme. Eu teria resolvido o problema ainda na rebelião... Num roteiro de filme, que fique bem claro.
A última curiosidade que vejo é a presença de Seu Jorge. É o segundo filme em que o vejo atuando como bandido. Olha, ainda bem que ele é cantor... O cara convence, viu? Vá fazer bandido barra pesada bem assim lá na favela...
O filme, porém, corroborando o que eu escrevi no primeiro parágrafo, é ótimo. Assista ao filme e concorde ou discorde de mim... Este Blog anda precisando de comentários.
Forte abraço,
Alf.

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