domingo, 5 de setembro de 2010

Bem das faculdades mentais...

Oi.
Uma das minhas amigas, daquelas de vinte anos atrás, que me conhece, conhece meus pontos de vista, o radicalismo deles, etc, me falou que eu não devo estar bem das faculdades mentais.
Acho que a estranheza foi causada pelo fato de eu sempre ter sido um cara certinho, melhor, para muitos eu sou "o" cara certinho; só que não sou. E, sempre questionei as coisas. Crê-se que um cara certinho não questione as coisas. Apenas aceite mansamente o que o sistema e a vida disponbilizem para ele. Novamente: não sou assim. Questiono tudo, mas de um jeito investigativo. Não basta a fórmula pronta, nunca bastou. Exemplo: quando eu, então com dezoito anos, me converti ao cristianismo, decidi fazer algo para externar a minha decisão. Sempre ouvi piadas de baixo calão e no meu entendimento, um cara que se convertia, deveria, segundo meu repertório de piadas, não beber, não fumar e não fazer sexo. Já não bebia, não fumava e, para externar a minha decisão, decidi deixar de fazer sexo e fiquei assim praticamente sete anos, até me casar. Mas não foi uma decisão burra. Pesquisei na Bíblia Sagrada, precisei pesquisar textos originais em hebraico e grego (precisei pesquisar um pouco mais, em livros que falavam sobre o assunto e léxicos nos idiomas citados) para entender se havia fundamento na minha decisão. Havia; e porque havia, tomei a decisão. Mas, como quem me lê, pode ver, não aceito dogmas, simplesmente porque são dogmas. Aliás, um dogma só é um dogma até ser desconstruído. Não estou aqui para desfazer dogmas, mas eu os desfaço para mim mesmo. Necessidade. Existem questões nas quais as verdades dos dogmas são insuficientes e carecem de desconstrução.
Quando os desconstruo e transpareço isto, acaba transparecendo também que eu não estou bem das minhas faculdades mentais. O fato é que, nem sempre os dogmas que desconstruo, são dogmas que carecem de desconstrução. Já foram desconstruídos antes, só que aqueles que o fizeram, não revelaram tal desconstrução ao grande público, pois nem todo mundo, na cabeça deles, está preparado. Eu já acho que a revelação da verdade deve ser para todos e que, cada um de per si, decida o que fazer com ela.
E você decide, após a leitura deste texto, se para você, eu estou ou não, bem das faculdades mentais. Mas isto, lembre-se, é só seu ponto de vista.
Beijos insanos,
Alf.

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