terça-feira, 23 de março de 2010

Simplesmente fé...

Oi.
Diz a Bíblia que certa feita estava Paulo (isto mesmo, Saulo de Tarso, ou São Paulo, ou Apóstolo Especial aos Gentios - chame-o como quiser) pregando num lugar chamado aerópago (um local aberto, próprio para pregações) e anunciava a "deuses estranhos". Paulo começa a defesa de sua fé dizendo: "Varões atenienses, em tudo vos vejo acentuadamente religiosos..." Era um elogio; lá pelas tantas diz que o Deus que anuncia, já existia em seu Panteão: "Agnosthos Theos", ou Deus Desconhecido. E anunciou a Jesus e a ressurreição, mas aí aquele negócio de nascer de novo foi demais para um dia só e os ouvintes pediram para ouvir sobre isto outro dia...
A história acima está no livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 17. Mas vou abordar uma idéia periférica do texto, não a central: o povo acentuadamente religioso. E, assim como no texto, com sentido de elogio.
É assim, um povo religioso, o modo como vejo o povo de Volta Redonda, cidade onde estou passando um mês de "férias". Mais do que isto, vejo este povo como um povo de fé.
As minhas primeiras experiências místicas (contato com o sobrenatural) foram em Volta Redonda e adjacências. Não pense o leitor amigo que era um homem incauto a procura do desconhecido. Já era um profissional, tanto secular, como militar, com dois cursos técnicos e a esta altura da minha vida já havia sido aprovado em vestibulares como UFF e UNESP. "Como pode um homem culto cair nessa de espiritualidade?", podem perguntar alguns, até mais cultos do que eu...
É simples; fé. Fé não se explica, se sente. Não depende de intelectualidade ou de estudo, mas de credulidade, de crença. Mais que isto, fé se vivencia. E o chamado "primeiro amor" eu vivi em Volta Redonda. Sempre vi na televisão os shows que os ministérios eletrônicos propagavam em nome de sua fé e olhava com olhos de desconfiança. Mas em Volta Redonda era diferente. Sem muita propaganda, entrava-se na casa de uma irmã, às vezes bastante modesta (ou melhor, chamar de casa é eufemismo da minha parte), havia um povo fazendo suas preces e de repente, repito, sem alarde, o cara que entrou de muletas saía andando. O outro, que passou o domingo chorando porque descobrira um câncer incurável no seu cérebro, sentiu um arrepio quando um irmão passou por ele; o irmão também sentira o arrepio. Na segunda, ao fazer os exames complementares, reboliço no hospital: não poderia ser o mesmo paciente do exame anterior, pois não havia sequer sinal do tal tumor. E isto não era com gente que veio de lá não sei onde; era com seu vizinho, seu conhecido, seu parente. Eu pessoalmente fui testemunha das duas histórias citadas...
Eu saí de Volta Redonda e fui viver a vida. A minha fé mudou, já não me sentia mais crédulo como antes. Achava que fosse amadurecimento, que com o passar dos anos o nosso coração se endurecesse com a ausência de novidade na vida. Lêdo engano meu. Aquelas manifestações de fé e, consequentemente, do poder de Deus, continuam a se manifestar nesta cidade e neste contexto, digo que a fé do voltarredondense é contagiante. Ao longo da vida ouvi homens questionando porque Deus não opera hoje como operava no tempo dos profetas ou dos apóstolos. Eu me questionava porque Deus não opera hoje como operava em minha mocidade. Fiquei feliz, pois reencontrei as manifestações do Seu poder na fé simples desta gente, em cada oração, em cada prece, em cada reza. Deus é o mesmo, a gente é que muda... Quem sabe, eu também não volte a ser "acentuadamente religioso", no bom sentido?
Ah, eu não sei qual é o seu problema, nem sua religião, mas creia, simplesmente creia; Deus está contigo.
Beijos e abraços,
Alf.

2 comentários:

  1. Opa, voltei no tempo em 1990 quando vc numa das suas primeiras pregações usou este texto de Paulo no Aerópago, caraca quanto tempo!!
    Jan@

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  2. Sim, Jana, excelente memória. Esta mensagem é a que considero mais "poderosa". Uma vez, eu estava numa Igreja, a preguei e todos os não crentes vieram à frente. Um aproveitamento de 100%. Numa Igreja das antigas, com 100 membros, 14 jovens aceitaram Jesus, sem contar que é uma palavra que nunca voltou vazia. Onde a preguei sempre existiu salvação de almas. Caso um dia, eu, caído, massacrado pelo inimigo como estou, numa situação semelhante à de Sansão, precisar pregar, tenho certeza que será neste texto, do Deus Desconhecido, que receberei o favor de Deus e serei vitorioso.

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