terça-feira, 13 de abril de 2010

O foco na velhinha...

Oi.
Como todos sabem, tenho inúmeros amigos que são pastores. As minhas pretensões teológicas (vide os blogs sobre a paixão de Cristo) devem vir da proximidade com este povo. Claro, tenho também amigos que dirigem centros espíritas, que são mestres maçons, presidentes de clube, de escola de samba, etc... O meu blog acaba sendo eclético porque eu sou eclético.
Tem um amigo, desses pastores, porém, que é muito interessante. É o Pastor Levi. Somos amigos desde antes dele ser pastor ou de eu ser (tão) mundano. Porém, ele é hoje um senhorzinho de 69 anos. E ansioso, coisa própria da idade. Se o vôo é 13:00h, 10:00h ele já estará pronto e se questionando porque o resto do povo não está.
Quando ele tem consulta às 14:00h, ele não almoça. Não pode correr o risco de chegar atrasado.
Claro, ele, por ser pastor, tem que estar antenado, ser esclarecido, mas não precisa deixar de ser ele mesmo (como disse acima, um senhorzinho de 69 anos) e de viver de acordo com a idade que possui.
Assim como ele, várias senhorinhas e senhorzinhos, também estão prontos duas horas ou mais antes de seus compromissos. É próprio das pessoas de mais idade.
Trabalho também na área de saúde. Desde 1995 que eu trabalho com TI, mas voltado para a Gestão de Saúde e Gestão de Sistemas de Saúde.
Desde 1995 eu me preocupo com a velhinha. Sim, a velhinha que mora na periferia, que acordou às 04:30h para ser a primeira a ser atentida no posto de saúde, clínica, hospital, o que for. Que muitas das vezes está em jejum, ou por causa de questões pré analíticas (preparo para exame, por exemplo) ou por questões de foro íntimo (não chegar atrasada, essas coisas).
Não tem cabimento, ao meu ver, deixar a velhinha esperando. Ou o velhinho. Nós, do outro lado do balcão, podemos estar nos estapeando, os computadores parados, os equipamentos quebrados, o que for. Mas, da recepção para fora, não podemos transparecer nossas falhas, em respeito aos nossos idosos e não só a eles, mas a todos aqueles que nos procuram.
Falo sobre meu serviço, porque o conheço. Mas foque o seu serviço naquilo que realmente importa; naqueles que precisam do seu trabalho.
Forte abraço,
Alf.

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