sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Paixão de Cristo I.

Oi.
A semana santa é a semana em que a cristandade rememora os fatos que envolveram a paixão e a ressurreição de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Mesmo que você não seja cristão, não se pode negar a influência dos ensinamentos deste Deus/homem que habitou entre nós e cujos caminhos de fé e esperança estão sendo propagados até hoje, pelos quatro cantos da terra (uéééé??? A terra não é redonda...).
Entro no clima e faço pequenas observações à história que mudou a história da humanidade.
1. O lava-pés: Jesus lava os pés dos discípulos antes da ceia: não, não existia tênis, nem sapatilha, sapatênis, nem nada do tipo àquela época. E o calçamento das ruas deveria ter o sugestivo nome de descalçamento... Entrar em casa significava ter que lavar os pés. Só para lembrar, lá em Cantares, outro texto bíblico, a noiva fala que já se havia deitado e que não se levantaria para encontrar seu noivo, porque sair à rua significaria sujá-los - quanta falta faz um Arruda na administração pública... Os discípulos já estavam limpos pela Palavra de Deus, mas precisavam antes de participar da ceia, ter seus pés lavados pelo Cristo. É por isto que hoje, nas Igrejas cristãs, os cristãos já limpos (batizados), antes de participar da Ceia do Senhor, apresentam seus "pés sujos" para serem lavados pelo Senhor (a confissão de pecados é o caminho pelo qual o Senhor lava nossas pequenas sujeiras, tornando-nos aptos a participar da mesa).
2. O suor de Jesus caía na terra como gotas de sangue: ao contrário do senso comum, não é uma alegoria, foi fato. Existe um fenômeno, a hematidrose, causada, em situações extremas, pelo extravasamento do sangue de pequenos vasos localizados abaixo das glândulas sodoríparas (as glândulas que expelem o suor); o sangue se mistura com o suor e temos aí o fato que a Bíblia narra. Já pensou o quão extremo foi para o corpo carnal do Cristo estar carregando sobre os seus ombros o preço a ser pago pelo meu pecado, pelo seu pecado, pelo pecado de toda a humanidade, em todas as eras? Ele fez isto por amor...
3. Jesus sofre muito antes da cruz: na concordância dos evangelhos, percebe-se que Jesus vira uma espécie de sparring (aquele cara que treina o boxeador profissional e que só está ali para levar porrada...) de guardas judeus, populares, guardas romanos e o escambau. Gente, devemos lembrar que este era um tempo de guerras e que o vigor físico era o grande diferencial dos profissionais da carreira das armas daquela época. Uma bofetada de um soldado contra um homem comum tinha um efeito mortal. Quando a Bíblia diz que que os populares perguntavam "és profeta, diga quem te bateu?" devemos perceber a informação subliminar: ele já tinha apanhado tanto e tão brutalmente, que seus olhos estavam cerrados pelo inchaço de seu rosto, em virtude dos hematomas sofridos e somente através de uma profecia Ele poderia saber quem lhe tinha batido. E o sofrimento, por amor, ainda nem começou...
4. As chibatadas: sim, chibatadas também são sofrimentos antes da cruz, mas as destaco por causa da diferença do chicote da época com os de hoje. O chicote de então era feito com tiras de couro múltiplas (alguns autores falam sobre sete tiras, mas acho que este critério de qualidade tem mais a ver com numerologia bíblica do que com a realidade. Ou alguém já ouviu falar de norma ISO para a fabricação de chicotes no primeiro século da era cristã?) sobre as quais estavam fixadas bolinhas de chumbo e pequenos ossos, para que o chicote não só ferisse a pele, mas entrasse dentro da carne e ao sair, levasse consigo nacos da pele das costas da vítima, deixando-a em carne viva. Você nunca pensou que Ele, ao levar a Sua cruz às costas, estava sangrando, em carne viva, sentindo uma dor incomensurável, não é mesmo? Quanta dor, quanto sofrimento... Por amor a mim e a você.
5. A coroa de espinhos: um médico francês, o Doutor Pierre Barbet, escreveu em seu livro
“A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo o Cirurgião “, Editora Santa Maria, RJ, o seguinte: "Com longos espinhos, mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar...". Já o palestrante internacional Doutor Silmar Coelho, disse que os espinhos tinham cerca de cinco centímetros de altura e que ao penetrarem em sua carne, expulsaram parte do sangue pisado que estava em seu rosto. Todo este sangue sendo derramado por amor à humanidade...
Peço desculpas. Ainda há muito sofrimento para narrar, muito amor para ser descoberto nas atitudes sacrificiais de Jesus, mas continuarei a narrá-los depois. Não posso e seria desrespeito para com o Cristo permitir que meu leitor, pelo enfado causado por um texto demasiadamente grande, não lisse todo o subliminar existente na paixão e assim, não reconhecesse toda a extensão e a profundidade do amor de Deus pela humanidade.
Poque está escrito: "Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida Eterna.". Martinho Lutero, teólogo alemão, considerado o pai espiritual da Reforma Protestante, dizia que este texto, João 3:16, era a Bíblia em miniatura, pois fala do amor de Deus por seu povo, entregando seu próprio filho à morte.
Depois a gente continua.
Beijos e abraços,
Alf.

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