sábado, 3 de abril de 2010

A Paixão de Cristo II

Oi.
Eu estou continuando o post que comecei ontem, salientando os pontos que considero interessantes e subliminares n'A Paixão de Cristo. Se você não viu o de ontem, vá lá e dê uma espiadinha... Agora, que o BBB10 acabou, sua melhor opção de espiadinha passou a ser o post de ontem do Blog do Alf. É o fundo do poço...
6. O Gólgota ou Calvário: gólgota significa lugar do crânio, em referência às ossadas dos indigentes que não tinham família ou posses que lhe dessem um túmulo e que deveriam ficar por lá. Veja que no caso de Jesus, um senhor, José de Arimatéia, pede o corpo do Cristo para poder enterrá-lo em um túmulo. Calvário significa caveira, mas esta eu acho que você instintivamente já sabia; afinal, foneticamente "calvário" parece-se com caveira, pronunciado de forma errada.
7. Simão cireneu: a "pax romana" era um negócio legal - para os romanos. Eles dominavam e o resto do povo cumpria. A tal "pax" deve ser a precursora dos casamentos modernos: sempre tem alguém mandando e alguém, morrendo de raiva e a contragosto, fingindo às vezes que não, obedecendo. Pois bem, o lance do Simão cireneu foi esse; ele, por não ser romano, foi constrangido LEGALMENTE a levar a cruz. Tal ordem fazia parte do tratado de paz romano. O povo vencido tinha que cumprir obrigações, entre elas, a de carregar peso.
8. A crucificação: lembram-se do Dr Pierre Barbet (post do dia 02 abr 10)? Ele muito avançou no entendimento da crucificação de NSJC, mas foi rebatido por um colega, o médico forense, Doutor Frederick Zugibe. Como nenhum dos dois é Teólogo (nem eu, diga-se de passagem) tomarei a liberdade de juntar o que vejo de plausível em ambas as teorias, mais as minhas observações:
8.a. INRI significa IESUS NAZARENUS REX IUDAEORUM; Jesus Nazareno (referência à cidade de sua família, já que ele havia nascido em Belém, para que se cumprissem as escrituras) Rei dos Judeus. Uma referência ao crime cometido por Jesus, mais que uma titulação.
8.b. Os membros de Jesus, além de cravados (presos com cravos, espécie de pregão - prego grande), foram amarrados à cruz, pois se fosse de diferente forma, o crucificado teria suas mãos rasgadas a partir do punho, cairia da cruz em virtude do peso do corpo e não morreria.
8.c. Os crucificados eram embriagados, com uma mistura de vinho, mirra e mel. Jesus não quis. Ele precisava pagar um preço de dor pela sua alma.
8.d. Os Soldados deitaram sortes para saber quem ficava com a túnica: era comum na antiguidade as questões serem resolvidas na sorte: O sumo sacerdote judeu usava duas pedras, Urim e Tumim (Luzes e Perfeição), para deitar sortes sobre o destino do povo em questões nacionais de ordem político-religiosa. Os apóstolos deitaram sortes para escolher o substituto de Judas (o traidor, que se suicidara). Contudo, quando você escuta que jogar na loteria é pecado, o embasamento deste conceito está no fato do sorteio da capa (púrpura) do Cristo.
8.e. Ainda sobre vestuário: ora, se as vestes de Jesus foram repartidas e sua túnica sorteada, de onde vem o fraldão das imagens e esculturas que sempre vemos por aí? Da imaginação do artista. A cruz era vergonhosa porque expunha as vergonhas do cidadão. Sim, amados leitores. Difícil conceber, mas parece que é um fato. Jesus estava nu na Cruz, com suas vergonhas expostas.
8.f. Por último e não menos importante: como era a morte na cruz: Você já parou para pensar como alguém morre na cruz? Era uma morte demorada, com cerca de três horas de duração. O camarada era preso na cruz (como no filme, pregado com cravos) e os punhos amarrados... Mas para que tudo isto? A idéia era que o crucificado morresse por asfixia. Com os punhos amarrados, o tronco do camarada pesava e descia, comprimindo o músculo do diafragma e dificultando a respiração. Lá pelas tantas, os Soldados quebravam as pernas dos crucificados, para que, sem controle do peso do corpo, finalmente, exaustos e cansados, morressem sem poder respirar.
Só que com Jesus foi diferente...
Quer saber como foi com Jesus?
Não perca o post de amanhã, no qual explicarei a morte do Cristo e conversaremos sobre a Páscoa.
Bjs,
Alf.

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