sábado, 17 de abril de 2010

Preconceitos...

Oi.
Outro dia escrevi que meu Blog é eclético porque eu sou eclético. Tenho amigos de todos os credos e religiões. Amigos nacionais e estrangeiros. Amigos heteros, homos, bi, pan, etc...
Nestes último grupo de amigos porém, é complicado dizer quem é quem. Dificilmente, logo de cara, alguém admite que tem uma opção sexual diferente de hetero. O outro, a menos que seja da mesma opção, tem dificuldade de entender o óbvio: que as pessoas são diferentes e tem gostos diferentes.
Eu, até hoje, não deixei de ser hetero. E daí? Não sou pior, nem melhor do que ninguém por causa disto. Há quem diga que sou pior, pois tenho menos experiências. Tô nem aí. Prefiro ser fiel a mim mesmo, do que, por conta do que os outros falam, viver uma experiência que não me apetece viver.
Uma dessas amigas é hetero. No perfil dela está escrito "hetero". Ela dá em cima dos carinhas disponíveis e mantém uma postura disponível, já que não é casada. "Porque não é casada?", perguntei. A resposta veio seis meses depois. Ela me disse que continuava envolvida com uma mulher com quem viveu um tórrido romance por três anos e o envolvimento continuava já havia oito anos. Mas ela era hetero... Porque? Porque a sociedade não a aceitaria da mesma forma se ela admitisse ser bi ou homo.
O caso da minha amiga, não é único e o medo do preconceito não se manifesta somente desta forma direta. Há muitos anos atrás, fui com minha mãe num salão de beleza; era eu um adolescente e os amigos adultos brincaram comigo, dizendo que o cabeleireiro gay daria em cima de mim. Com medo do assédio, fiquei na recepção; a "bicha" chegou purpurinada, me beijou no rosto (puááááááá, que nojo), abraçou minha mãe, brincou com outros homens que haviam trazido suas mulheres e entrou. Acabei ficando na recepção sozinho e lia uma revista, quando uma mulher linda chegou, acompanhada de uma menina igualmente bela, parecida com alguém que eu já havia visto, só não lembrava quem. Falou com a recepcionista que se retirou e não voltou. Daqui há pouco vejo o cabeleireiro, purpurinado até fechar a porta atrá de si, transformar-se num cara centrado, que beija a menina no rosto e dá um LONGO beijo na mulher - cabe dizer que este negócio de bi nem era comum naquela época. A menina, parecia-se era com ele e eu entendi tudo (grande, Sherlock!): aquela era sua família. Conversaram o que tinham para conversar, elas saíram e eu fiquei sozinho com ele na recepção - agora, já sem medo do assédio, mas ainda não entendendo aquilo tudo. Ele se virou para mim e disse, desmascarado: "está vendo? Nesta vida, para prosseguirmos em frente, temos que ser artistas...". Um mundo novo se descortinou para mim, trombetas soaram e eu entendi. Há 25 anos atrás, só uma bicha ou outra mulher é que poderia sonhar em botar as mãos no cabelo de uma mulher casada, pois os toscos dos machos daquela época não permitiriam. Então, o cabeleireiro SE FAZIA PASSAR POR VIADO - se dava o "roskoff" eu não sei - para poder atender à sua clientela. Viram o que o preconceito gera? Na subliminar, ainda tem a ignorância dos caras com cabeleireiros que eram bi e cabeleireiras que eram homo... A esposa deles poderia ceder a uma das duas situações, melhor, tentações... Quem é que vai saber? Devia ser um fuzuê daqueles...
O preconceito, num quesito, parece-se com o amor: é uma via de duas mãos; quem é isto ou aquilo tem preconceito de quem não é e vice-versa. Então, meu Blog hoje sugere a vocês todos que fujam dos rótulos e vivam a vida como ela deve ser vivida. Pouco importa se o outro gosta do igual, do diferente ou de ambos. O que importa é que a tolerância alcance tanto estes como aqueles e nós possamos viver num mundo menos hipócrita e com mais aceitação.
Beijos, para todos.
Alf.
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